Com Tantas Variedades de Yoga Qual Devo Escolher?
Um texto que gostei muito escrito pelo Pedro Kupfer esclarecendo os tipos diferentes de Yoga.
Se você ainda esta em dúvida de qual Yoga deve praticar este é o artigo que pode esclarecer.
Boa Leitura!
O Yoga é uma das atividades que mais crescem no mundo. Nos Estados Unidos, já são mais de 18 milhões de praticantes e, segundo estimativas recentes, essa tendência de crescimento irá se manter, no mínimo, por mais 10 anos. Aqui no Brasil não é diferente, e esta forma saudável de viver atrai cada vez mais adeptos.
A pergunta que muitos se fazem é qual seria o tipo de Yoga mais adequado para cada um. O conselho editorial deste site recebe freqüentemente consultas com este tipo de questionamento. É muito fácil para o iniciante se perder na miríade de sistemas, nomes sânscritos e ensinamentos disponíveis.
Para esclarecer esse panorama, decidimos publicar este texto com o intuito de orientar àqueles que gostariam de se iniciar nesta prática milenar, fazendo uma breve descrição dos métodos comprovadamente bons que estão disponíveis hoje em dia em nosso país. É preciso esclarecer aqui que esta lista não está completa: ela inclui apenas as modalidades mais conhecidas e praticadas na atualidade.
A verdade é que nem todas as formas de Yoga são boas para todo o mundo. Existem diferentes tipos de prática, que se adaptam às possibilidades e necessidades de cada um. Diferentes formas de Yoga não dão os mesmos resultados com as mesmas pessoas e não há consenso sobre o que deveria ser ensinado em uma aula de Yoga. Portanto, a modalidade de Yoga escolhida deve estar em função das expectativas e necessidades do praticante.
Os efeitos e benefícios do Yoga, não obstante, estão acessíveis para todos, independentemente da idade ou do estado físico de cada um. Basta apenas saber escolher a modalidade que melhor se adapta às necessidades e possibilidades de cada um.
Antes de mais nada, é preciso ter claro o que você quer da prática. Os objetivos mudam de pessoa para pessoa. Você pode querer praticar impelido por uma destas motivações:
1) para melhorar a qualidade de vida ou combater o estresse
2) para se manter em forma usando um método não convencional
3) buscando um treinamento físico rigoroso, exigente e energético
4) para tratamento terapêutico ou por indicação médica
5) procurando um caminho para o auto-conhecimento e a transcendência
É lógico que, quanto maiores forem as suas expectativas, mais fundo você deverá procurar. Se você quiser praticar para manter a forma ou combater o estresse, algumas sessões semanais de ásanas de alongamento e flexibilidade farão o trabalho. Nesse caso, ou se você tiver algum problema de saúde ou ficou parado por um tempo, é aconselhável fazer um exame médico antes de iniciar.
Se estiver procurando uma atividade desafiante e energética, onde possa explorar e extrapolar seus limites físicos através de ásanas mais potentes, o Power Yoga e o Ashtanga Vinyasa Yoga, podem ser extremadamente exigentes, adequadas para atletas e pessoas que gostem de trabalhar o corpo com disciplina e intensidade.
Se você tiver praticado durante um tempo, sentido os benefícios do Yoga e quiser continuar sozinho, é recomendável mesmo assim que, de tempos em tempos, faça um workshop ou aula para corrigir eventuais erros que você mesmo possa não estar percebendo.
Se for o caso de usar yogaterapia por indicação médica, se recomendam uma ou duas sessões diárias de exercícios específicos que incluam ásana, pránáyáma e yoganidrá, bem como aconselhamento alimentar. O professor, nesse caso, precisa ter muito estudo e experiência no assunto. Há professores que prefiram negar os efeitos terapêuticos do Yoga, o que é muito mais fácil que estudá-los.
Hatha Yoga tradicional
A prática de Hatha Yoga tradicional tem um ritmo tranqüilo, que é pautado pelos próprios praticantes. A flexibilidade e a redução das tensões é o foco desta modalidade. O intenso trabalho respiratório e o relaxamento consciente auxiliam no combate ao estresse. Esta é uma ótima opção para iniciantes e pessoas com alguma limitação (problemas de coluna, cardiopatias, etc.), embora não possua finalidade de cura, como é o caso da yogaterapia. As técnicas de relaxamento e meditação também estão presentes, aprimorando o intercâmbio entre corpo, mente e emoções.
Ashtanga Vinyasa Yoga
Este sistema, oriundo do sul da Índia e ensinado pelo mestre Sri K. Pattabhi Jois, está baseado em seis séries de ásanas progressivamente mais exigentes, nas quais cada praticante trabalha em seu próprio ritmo, através de uma técnica chamada vinyasa, que consiste em coordenar respiração e movimento. O Ashtanga Vinyasa Yoga passa por ser o mais exigente, no plano físico, de todos os métodos que se conhecem hoje em dia. Aconselha-se ter um preparo físico razoável antes de começar. Prepare-se para transpirar.
Power Yoga
O Power Yoga nasceu nos Estados Unidos como uma adaptação mais acessível do Ashtanga Vinyasa Yoga para aqueles que não querem fazer uma prática tão exigente, mas que fosse ainda bem intensa. Através da respiração e da execução de posturas combinadas com movimento, o praticante desenvolve resistência, força, flexibilidade, consciência respiratória, concentração e vitalidade. Alguns professores prefiriram adotar o nome Dynamic Yoga, ministrando uma prática com características similares.
Iyengar Yoga
O Iyengar Yoga é um método altamente preciso e exigente criado por B.K.S. Iyengar, com base nos ensinamentos do seu mestre, Sri T. Krishnamacharya, de Mysore, sul da Índia. Uma das características mais marcantes deste método é o conceito de alinhamento. Desenvolver a intuição de como o alinhamento trabalha pode despertar experiências escondidas no corpo, tornando conscientes os condicionamentos que moldam as nossas estruturas musculares. Nesse plano, o alinhamento funciona para abrir caminhos para que a energia circule. Desta forma, buscar o alinhamento profundo pode comparar-se à tarefa de lapidar um diamante.
Os métodos de Hatha Yoga acima citados incluem não somente a prática das técnicas físicas, chamadas ásanas, mas igualmente exercícios respiratórios e relaxamento (chamados pranayama e yoganidra respectivamente). Alguns professores acrescentam às práticas meditação e o estudo da filosofia do Yoga e do hinduísmo (Samkhya, Vedanta e outras tradições). Os métodos podem ter abordagens diferentes, dependendo de onde cada professor coloca sua ênfase.
Yogaterapia Integrativa
Desenvolvido nos Estados Unidos por Joseph Lepage, esse método coloca a ênfase no processo da cura, trabalhando em todos os níveis do ser humano: físico, mental, emocional e espiritual. Joseph diz que “a cura acontece quando estabelecemos contato com a parte mais profunda de nós mesmos? Um exemplo desta abordagem terapêutica é ensinar pessoas com problemas cardíacos a tornarem-se mais conscientes da sua condição em todos os níveis, melhorando a qualidade de vida e usando técnicas respiratórias, exercícios adequados e meditação com foco na cura do coração.
Viniyoga
A palavra viniyoga designa uma aproximação à prática do yoga que privilegia o indivíduo, levando em conta suas aspirações, suas possibilidades, sua saúde, seu entorno, sua forma de vida e sua cultura. a prática de viniyoga respeita o ritmo de evolução de cada um. nas práticas, as posturas físicas são sincronizadas com a respiração em seqüências que são montadas em função das necessidades de cada praticante. este método inspira-se nos ensinamentos dos mestres Sri T. Krishnamacharya e T.K.V. Desikachar.
Kripalu Yoga
Prática em três estágios desenvolvida pelo yogi Amrit Desai, baseada nos ensinamentos do mestre Kripalvananda. Os três estágios do Kripalu incluem: prática firme (com foco no alinhamento, a respiração e a atentividade); entrega (permanência nas posturas, superando limites, aprofundando a concentração e o foco no processo interno de pensamentos e emoções); e meditação em movimento (as tensões internas são completamente eliminadas do corpo, desenvolvendo confiança na sabedoria corpórea necessária para conduzir o praticante ao estado de meditação profunda).
Sivananda Yoga
Trata-se de uma prática de síntese dos principais ramos do Yoga tradicional (Karma, Bhakti, Hatha, Raja e Jñana Yoga), segundo o mestre Swami Sivananda Saraswati. Este método foi elaborado na conhecida Yoga Vedanta Forest Academy de Rishikesh,Índia, uma das primeiras instituições abertas aos praticantes ocidentais. Trazido pela primeira vez ao ocidente em 1957 por Swami Vishnu Devananda – um dos principais discípulos de Sivananda – foi logo adaptado às necessidades da sociedade atual, propondo uma atenção especial aos cinco pontos básicos: 1) Exercícios (ásanas), 2) Respiração (pranayama), 3) Relaxação (shavasana), 4) Alimentação (vegetariana), 5) Atitude positiva e meditação (dhyana). Estes pontos visam sobretudo a refinar a higiene de vida do praticante, o que resulta em uma melhor consciência do verdadeiro propósito do Yoga. As aulas práticas são estruturadas em uma série de 12 ásanas principais (com variações), precedidos pela saudação ao sol e respiratórios. Há também uma ênfase no aprendizado dos mantras sânscritos tanto em forma de canto (kirtan) como para suporte à meditação.
Como escolher um bom professor? Usando o bom senso e a capacidade de observação para escolher. Vendo se você se sente confortável na escola de Yoga que visitar. Perguntado ao professor onde ele aprendeu. Vendo se você se identifica com a proposta do trabalho do instrutor ou do tipo de Yoga.
Para encerrar, é preciso frisar que não existe um Yoga superior, mais completo ou melhor que os demais. Cada método se adapta melhor para objetivos diferentes. O melhor Yoga é aquele que funciona para você, que satisfaz suas necessidades e preenche suas expectativas, sejam elas quais forem. É questão de procurar até achar algo que lhe satisfaça. Boas práticas!
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