Por Trás do Asana
Com a propagação do Yoga hoje em dia o que mais as pessoas acabam conhecendo dentro da prática são os Asanas, as posições físicas Yoga.
O problema é que para os iniciantes a impressão que se passa é de uma prática feita apenas com o corpo, deixando de lado coisas importantes como mentalização, intenção ou mesmo o objetivo do porquê de fazer Asana, além de outros elementos importantes que fazem a prática ser muito mais do que física.
Neste artigo que minha amiga Ana Paula Malagueta, ela fala sobre a supervalorização que acabamos dando de apenas alguns aspectos da prática de Yoga.
Então Boa leitura!
O caminho que nos conduz ao estado de yoga e consequentemente à meta suprema, moksha, é uma jornada de muitas facetas. Nos últimos tempos no ocidente, acabou ocorrendo uma supervalorização e popularização de apenas alguns dos degraus que conduzem ao yoga, sendo os demais, relegados “a poucos”.
O sábio Patañjali, já nos mostrou, em seu magnífico e bem organizado Yoga Sutras, um caminho de oito etapas. Porém, o que chegou até nós e o que ainda vem sendo praticado como yoga, fica muito aquém do que foi exposto por Patañjali.
Alguns dizem que “a culpa” é que nos centramos muito em uma prática de asanas, e esquecemos de todo resto. Outros, excluem os asanas e se focalizam apenas nas práticas mais sutis e meditativas. Há certo ou errado? Há uma prática definitivamente melhor do que a outra? Não creio que o caminho seja esse. Até mesmo, porque todos os caminhos nos conduzem ao mesmo lugar. Apenas uma será mais longo e outro mais curto. Ou vice-versa.
Há muitas formas e vertentes de como se deve praticar asanas ou como uma aula de yoga deve ser constituida. As hoje, denominadas, ‘estilos de yoga’, vem mostrar que a sua forma de enchergar o yoga é a melhor, ou a que “melhor funciona”. O que no fundo, todas estão certas. Porque a prática de yoga é um caminho solitário, onde cada praticante encontrará sua forma de caminhar e evoluir para a autorrealização.
Agora, será que os asanas seriam os vilões da história? Ou será que estamos perdendo tempo em procurar pelo em pele de cobra? A bem da verdade, é que o problema não é o asana em si, mas sim a forma como executamos os asanas. Porque o asana por si só, é apenas mais uma das ferramentas e meio que dispomos para chegar à algum lugar, aqui no caso, pode ser apenas um bem-estar e saúde, como a busca pela libertação.
No entanto, esquecemos que o yoga acontece da pele para dentro. Então, o que deveríamos observar, não é somente se a execução do asana está correta e se o perfeito alinhamento se faz presente (que claro é importante), mas sim, se há um perfeito alinhamento da respiração com este corpo, e se os dois estão se movimentando juntos e para o mesmo lugar, na mesma intenção do propósito de trazer a mente para o momento presente. Para que nossa mente esteja neste corpo, dos pés a cabeça. Presente e fluindo em conjunto com corpo e respiração.
A busca pela Unidade.
Acima de tudo, devemos sim, observar quem está praticando. Por detrás de uma bela execução e de uma prática disciplina e diligente, buscamos refletir sobre quem está executando as ações. E dessa maneira, nos alinhar com a essencia suprema que pode segurar as rédeas e nos conduzir pelo caminho da ação correta e íntegra. Onde, podemos alcançar um estado de sintonia e presença, em plenitude e paz em cada postura, independente de qual seja. Porque novamente, não importa se estavamos praticando asanas, pranayamas ou meditação, o que importa é com que qualidade a estamos realizando, e quem a realiza. Porque se analisarmos somente sobre a técnica em si, poderíamos considerar qualquer pessoa com bom desempenho um yogui. Como os artistas do Circo de Soleil (que podem sim, ser yoguis também e além de tudo).
Assim, quando você subir em seu mat ou sentar-se para meditar ou mantrar, perceba quem está por detrás daquela decisão e quem permanece presente contigo durante a prática. Quem é o praticante por detrás da prática? Quem realiza a ação: o Ego ou o Ser? O Ser-Maior ou o Ser-Menor? E entregue-se a linda exploração e jornada de autoconhecimento, que todas e qualquer prática de yoga pode te conduzir, se está for realizada com intereza e a total presença do Ser.
Fonte: www.anapaulamalagueta.com.br
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